Mais um daqueles filmes sobre o valor de uma amizade.
Sobre o roteiro:
Uma mulher à beira da menopausa vai frequentemente a um hospital visitar uma tia rabugenta que nunca a deixa entrar no quarto. Enquanto espera seu marido, que realmente a visita, ela conhece uma senhora carente de atenção e que, dia após dia, vai lhe contando capítulos de uma história ocorrida há muitos anos atrás, no começo do século, numa conservadora cidade do sul dos EUA. Nesse momento, o filme se divide em duas narrativas: a história da velha, e a história da mulher, que está em plena crise da meia-idade, lamentando a estagnação do seu casamento e da sua própria vida. Mas a primeira das duas histórias é que realmente é o foco do filme.
Uma mulher, após a trágica morte do seu namorado prematuramente, acaba num casamento arranjado com um homem que se revela violento, agressivo e alcoólatra, o perfeito retrato do que as feministas costumam atribuir a todos os homens. E então, sua melhor amiga a ajuda a sair fora desse destrutivo relacionamento, fugindo deste vilão. Revelar mais que isso seria spoiler.
Enfim, um bonito filme sobre a história dessas duas amigas, que enfrentam algumas severas adversidades, e os reflexos da história na vida da mulher que ouve essa história. Muito bonito, mas feminista demais pro meu gosto.
O que esse filme tem de especial?
É um filme recheado de clichês, mas que não soa repetitivo, ou chato. O roteiro foi bem escrito nesse sentido, para tornar uma história relativamente previsível em algo mais interessante. Esteticamente também é um belo filme, com bela fotografia e grande figurino de época. Não é um filme imperdível, mas é um bom filme, mais ou menos dentro da minha expectativa mesmo, um clássico pelo tempo (o filme tem 20 anos) mas que não figura nas conversas entre cinéfilos falando dos mais inesquecíveis filmes de suas vidas. Destaco apenas o ponto negativo de que os 4 principais personagens masculinos fazem papéis lamentáveis: Um é adorado por todas as mulheres, mas por ser praticamente um príncipe encantado de contos-de-fadas, por fazer tudo o que as mulheres desejam. O segundo é o oposto: o cretino beberrão já descrito anteriormente. O terceiro é um detetive que parece não ter mais uma própria vida, e vive em função de encontrar algo para incriminar as protagonistas, numa perseguição próxima da paranoia. E paralelo a isso, o marido da mulher que ouve a história, um típico Homer Simpson, que passa a vida só trabalhando, assistindo TV e tomando cerveja, reclamando e ignorando a esposa. E tudo isso é feito muito sem compromisso e superficialmente. Pra mim, não compromete o filme, mas não precisava ser tão desagradável.
Quando e com quem assistir esse filme? Definitivamente é um filme feito para mulheres. Longe de ser um Twilight, mas indiscutivelmente direcionado para o público feminino, recheado de situações típicas do universo delas. Não que seja um problema. Se nós temos Machete e Star Wars, talvez seja justo que elas tenham conteúdo mais direcionado pra elas. Lamento apenas o direcionamento do filme. Enfim, filme pra ver com mulher. Não que tenha problema pra um homem ver, mas não é exatamente uma recomendação minha não. As meninas vão gostar bastante.
Ficha técnica
Elenco:
Kathy Bates – Evelyn Couch
Mary Stuart Masterson – Idgie Threadgoode
Mary-Louise Parker – Ruth Jamison
Jessica Tandy – Ninny Threadgoode
Cicely Tyson – Sipsey
Chris O’Donnell – Buddy Threadgoode
Stan Shaw – George
Gailard Sartain – Ed Couch Tim Scott – Smokey Lonesome Gary Basaraba – Grady Kilgore Direção: Jon Avnet Produção: Jon Avnet & Norman Lear Roteiro: Fannie Flagg (autora do livro) Trilha sonora: Thomas Newman 1991 – EUA – 136 minutos – Drama
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