Com o anuncio da Disney sobre lançar seu próprio streaming e, consequentemente, migrar suas franquias e produções inéditas para lá. Além de outros grandes estúdios já estarem seguindo o mesmo caminho. A Netflix a partir disso, resolveu pensar no seu futuro, e vai se distanciando das grandes franquias, como Demolidor, Justiceiro, Defensores entre outros títulos para adquirir os direitos de outras propriedades e criar suas próprias adaptações e um universo próprio, fugindo dos tradicionais personagens da Marvel e DC. E sua primeira aposta nesse mundo de seres extraordinários é na serie The Umbrella Academy que chega para iniciar essa nova fase da empresa.
The Umbrella Academy é baseada na HQ de mesmo nome criada por Gerard Way (vocalista da banda My Chemical Romance) e desenhada pelo artista brasileiro Gabriel Bá e premiada com um Eisner Award. A série acompanha a história dos irmãos que possuem poderes e que nasceram no mesmo dia em diferentes locais. Eles são adotados por um milionário excêntrico cuja sua morte acaba reunindo novamente os irmãos, e embora esta seja a maneira mais simples de se descrever o começo da trama, A serie ainda tem muito o que expor durante o seu excelente primeiro episódio.
A historia não é repleta de ação e sim, bastante focada no drama familiar vivido por cada irmão.A trama apresenta boas atuações, diálogos e trilha sonora, ajudando na desconstrução de equipes de super-heróis clássicos já conhecidas pelo publico, como o Vingadores, X-Men e Liga da Justiça. O maior problema é tentar desenvolver todos os personagens apresentados e seus dramas e problemas e ainda conciliar isso com a trama central da série, o que gera em determinados momentos diálogos arrastados deixando o desenrolar da historia lento e cansativo para um seriado de 10 episódios de 50 minutos.
É interessante destacar as boas atuações dos irmãos número quatro Klaus (Robert Sheehan), que é na minha opinião, o personagem mais interessante da série. Seu poder gera as situações mais engraçadas, tensas, e seu relacionamento com os outros irmãos é uma das partes fortes da serie. Outro destaque é o número cinco que por consequência dos seus poderes, mesmo adulto, acaba ficando preso no corpo de criança, e essa dinâmica de acompanharmos um velho no corpo de uma criança, vivido pelo jovem ator (Aidan Gallagher), é extremamente divertido e curioso, criando bons diálogos e performances.
The Umbrella Academy é capaz de instigar o espectador, pois possui vários elementos interessantes, como viagem no tempo, drama, comédia e a desconstrução dos arquétipos de super-heróis clássicos, aproximando bem esse mundo extraordinário da realidade e do comum. Suas falhas narrativas, podem impedir que a série alcance todo seu potencial, mas nada que prejudique o material como um todo. O ultimo episódio deixa varias possibilidades para a serie e abre interessantes possibilidades para maiores explorações e riscos com a trama, tornando esta, uma adição mais do que válida para esse novo universo explorado pela Netflix.
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