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Foto do escritorYzza

Tensão em “A Jaula: Bem Vindo a Bordo”

Essa semana tivemos cabine de A Jaula: Bem Vindo A Bordo (2022), filme brasileiro remake do argentino 4×4: Bienvenido A Bordo (2019). Dirigido por João Wainer e estrelado por Chay Suede, Alexandre Nero e Mariana Lima, o filme estréia em 17 de fevereiro de 2022 nos cinemas.

Djalma da Rocha (Chay Suede) é um ladrão de veículos que, ao roubar um carro de luxo estacionado, se vê em uma armadilha. Trancado no interior do SUV blindado, sem água ou comida, o jovem recebe a ligação de Alexandre de Ferrari (Alexandre Nero), um médico que se intitula um “cidadão de bem, temente a Deus”.  O suspense mostra a angústia de Djalma preso no carro durante dias, sem ser visto ou ouvido pelos transeuntes do lado de fora, e passando por tortura psicológica pelo médico. 

O filme tenta ser o mais fiel possível ao original, incluindo as caracterizações, mas se adequando para a realidade brasileira atual. 

Apesar de mostrar a história pelo ponto de vista do ladrão e gerar uma certa empatia com ele, não existe um apelo emocional para que se ignore o fato de que ele está ali cometendo um crime. É sabido que Djalma tem família, e Alexandre explora isso, mas em momento nenhum se mostra essa família ou qualquer motivação que leve o protagonista a cometer os roubos. Por outro lado, Alexandre, que na maior parte do tempo é só uma voz na chamada telefônica e se entitula como “cidadão de bem”, se mostra uma pessoa extremamente cruel e sádica.

Existe também uma responsabilização da mídia na banalização da violência, ao mostrar um programa jornalístico sensacionalista bem parecido com alguns existentes na vida real, que chega a fazer uma enquete com o público sobre se determinada personagem deveria ou não matar a outra. É um filme de suspense bastante angustiante e claustrofóbico, mas também bastante reflexivo. 

O figurino e a caracterização são muito bem adaptados da obra original, mantendo, inclusive a paleta de cores e materiais, mas adequando à cultura brasileira e permitindo uma imersão absoluta. A atuação do Chay Suede está impecável e o Alexandre Nero brilhante; destaque especial para Astrid Fontenelle como jornalista sensacionalista. A fotografia contribui para que o espectador entenda o desespero do protagonista.

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