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Foto do escritorDaniel Miranda

Sombra e Ossos: o universo fantástico de Leigh Bardugo

Como pessoa apaixonada por séries e filmes que exploram universos fantásticos estava ansiosa pela estreia de Sombras e Ossos, série original da Netflix produzida a partir da adaptação das sagas criadas por Leigh Bardugo nomeadas “Shadow and Bone”.

Bardugo é uma escritora especializada em fantasia e tem origem israelita, elemento que é explorado na adaptação que mostra uma perspectiva sem influência eurocêntrica (ocidental).



A série é centrada na jornada de Alina (Jessie Mei Li), que até onde se sabe viveu a vida inteira em um orfanato e não sabe o paradeiro de seus pais, que atravessaram a Dobra e deles nunca mais se teve notícia. No orfanato, Alina ficou muito próxima de Mal (Archie Renaux), que viria a se tornar o seu melhor amigo.

O primeiro episódio mostra o contexto da história e os problemas que serão enfrentados por todos os arcos. Alina Starkov, que por desenhar muito bem virou cartógrafa, se vê entristecida quando sabe que seu melhor amigo, Mal, foi escolhido pelo Primeiro Exército para estar na equipe que atravessaria a Dobra.

A Dobra é uma faixa negra que dividiu o mundo e pouco se sabe sobre a sua origem além dela ter sido criada por um Darkling, um grisha com habilidade em manipular a escuridão. Fato é que ela precisa ser constantemente atravessada por diversas finalidades (guerras, mercancia, etc.) e que não são muitas histórias felizes a de quem se habilita a fazer a travessia. É com a dobra que todos os personagens precisarão lidar ao longo da história, embora cada um de uma forma.

Uma característica bacana dos livros que foi transportada para a série é a inspiração em culturas do leste europeu, fugindo de ambientações com castelos de pedra e vestidos de princesas tão utilizados no audiovisual como inspiração na Inglaterra ou França medievais.

Os personagens que dão vida aos Grisha (pessoas nascidas com um “dom”) usam vestimentas inspiradas em trajes da Rússia imperial com czares, czarinas e palácios e estao em um “país” denominado Ravka. Ravka está em guerra com outros países como Fjerda (algo inspirado em países nórdicos) e Shu Han (algo inspirado na cultura asiática), embora tenha sido algo pouco explorado nessa temporada. Aliás, o conflito entre os países é o que justifica o fato de ninguém ousar contornar a dobra (passando por vários países em guerra ou por correr o risco de ser identificado como inimigo) em vez de atravessá-la.

Outra coisa legal dos Grisha é que a cor dos trajes identifica o tipo de “poder” que cada um tem. Os trajes vermelhos identificam curandeiros e sangradores, os roxos identificam aqueles com habilidades especiais em qualquer tipo de material e os com traje azul manipulam os elementos da natureza. Existe um quarto grupo de Grishas que reúne pessoas com dons mais raros, como a habilidade em manipular a luz ou a sombra.

A história vai sendo desenvolvida por vários arcos e a gangue dos Corvos (composta pelo vigarista e crédulo Kaz Brekker, a habilidosa Inej Ghafa e o sortudo Jesper Fahey) coincidentemente acaba se tornando um ligamento paralelo entre todas as histórias que estão sendo contadas. É engraçado como eles acabam sempre no lugar certo e na hora certa que a próxima aventura da trama principal irá ocorrer.

Ben Barnes (Nárnia, Westworld) está na série em um papel muito importante. Não dá para falar muito sem apresentar spoilers importantes para a história então vou me restringir a dizer que, embora não tenha saído muito dos papéis de “bonitão em um universo de fantasia”, aqui ele chega quase está bem bacana e, embora sua interpretação beira ao clichê em alguns momentos, ele acaba seguindo por outro caminho.

São oito episódios, cada um com média de 50 minutos de duração. A série conta também com Zoe Wanamaker (Harry Potter), Kevin Eldon (ator e comediante inglês) e Amita Suman (The Outpost), dentre outros que inclusive estão fazendo papel de estreia em séries.

Embora sem confirmação oficial de uma nova temporada, a série foi recepcionada positivamente pelo público. Mesmo se não houver continuação, o último episódio apresentou um desfecho satisfatório para os personagens com pontas soltas aqui e ali para uma eventual sequência.

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