Cady (Violet McGraw), é uma menina de 9 anos que perde os pais em um acidente de carro. Ela então precisa morar com a tia Gemma (Alisson Williams), que mantém a guarda provisória da menina. Gemma trabalha em uma empresa de brinquedos, desenvolvendo produtos cada vez mais tecnológicos para crianças.
Neste momento, a tia percebe que o modelo de boneca que está desenvolvendo, pode ajudar a sobrinha a superar a dor da morte dos pais. Mas, as coisas estão prestes a saírem do controle quando a Inteligência Artificial da boneca vai tomando vida própria e passa a se tornar ameaçadora.

AH, ESSE FILME VOCÊ JÁ VIU ANTES…
Pelo menos alguma produção de boneco assassino você já viu em sua vida. A trama do brinquedo que pode simplesmente tomar forma e atacar seu querido dono já foi objeto de várias histórias. E M3gan não é diferente.
Com uma roupagem tecnológica que aborda a dependência que as crianças (e nós adultos também) temos da tecnologia, o filme entra na mesma fórmula antiga. Mesmo dentro de uma trama mais atual, é possível ver os padrões de outras produções.
Até aí tudo bem. Não há problemas em repetir fórmulas, e toda a indústria cinematográfica está aí para isso.
O problema é que M3gan se esforça demais para ser o mesmo “arroz com feijão” desse estilo. E acaba se tornando totalmente previsível, perdendo o clima desejado pela história.

A TÉCNICA ROBÓTICA DE M3GAN
Os personagens adultos são caricatos e vazios demais, sempre prontos para tomar as decisões mais estúpidas e óbvias. Alisson Willians, por exemplo, que aparece maravilhosa em Corra! (2017) e Perfeição (2018), entrega uma interpretação mediana e apática demais, quase como se não estivesse ali.
Enquanto isso, a história não decide para onde quer ir: às vezes investe no suspense com pitadas de terror, às vezes envereda para a ficção científica numa pegada cafona que tenta imitar Exterminador do Futuro.
Nesse ponto é bom deixar claro que NÃO! Não há nenhum problema em misturar gêneros em uma história; mas é importante saber dosar e tornar a trama coerente o suficiente para continuar a nos conduzir até o final.
E M3gan até se esforça para tentar manter esse clima crescente, mas acaba se atropelando nas próprias ideias e se tornando bobo ou sem sentido.
Ainda sim, a direção de Gerard Johnstone (Housebound), tenta acertar os furos do roteiro, com boas tomadas de câmera que muitas vezes funcionam e geram certo clima nas cenas com a boneca.

A trilha sonora é qualquer coisa colocada para preencher espaços no filme: não cria ritmo e não envolve: ela tenta embarcar em algumas cenas para causar impacto, mas acaba sendo abafada pela trama rasa.
AS PEQUENAS M3GAN´S DA VIDA REAL
Um grande marco positivo no filme é o design da boneca, que está impecável e completamente bem construída, deixando sempre a dúvida no ar se ela é humana ou não.
E essa dúvida também se deve graças às atuações incríveis de Amie Donald e Jenna Davis.
As garotinhas que interpretam M3gan na trama, fazem uma atuação impressionante e assustadora, e parecem muito à vontade no papel.

Além disso, o CGI aplicado quando as garotas não estão em cena (ou transitam entre elas) é natural. E essa mistura acaba proporcionando uma das melhores cenas da produção.
MAS AFINAL, É BOM?
M3gan se tornou mundialmente conhecida graças a sua opulenta campanha de marketing.

Já como filme, peca ao se tornar refém do clichê, e esquece de colocar um pouco de seu próprio tempero na trama.
Há acertos técnicos que podem entreter e até te ajudar a ser envolvido pela trama, mas apenas isso. Pode se tornar mais um simples filme de bonecos ameaçadores, graças a trama rasa e previsível.
E mesmo que não tenha a pretensão de entregar algo imersivo, pode estar pronto para virar uma franquia. Inclusive sua continuação já foi confirmada.
Esperamos que M3gan 2.0 seja realmente assustadora e mortal!
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