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Foto do escritorLai Caetano

Love, Death + Robots: Guia definitivo da segunda temporada

Em 2019 quando a primeira temporada saiu, criamos um Guia Definitivo para você acompanhar os episódios com informações sobre as produtores, um breve resumo (sem spoiler) e a ordem dos episódios de acordo com a nossa nota. Está aqui.

A segunda temporada estreou na última semana e trouxe apenas oito episódios (ao contrário da sua antecessora, com dezoito).



Aqui vou seguir o mesmo método: elencar os episódios de acordo com o que mais gostei até o que menos gostei e colocar algumas informações para vocês conhecerem melhor o trabalho de quem está por trás das produções.

Todos os episódios mantém a marca impecável do trabalho de arte, seja pelo realismo, seja por contar com a participação de atores famosos, seja por trazer algo irreverente e até surrealista. Existem muitos easter eggs nessa temporada, embora o traço mais marcante sejam as histórias com suspense ou mais sombrias.

Não vou explicar o sentido dos episódios até porque muitos deles vai precisar da subjetividade de cada um para dar um ar interpretativo e acho que um pouco da mágica está justamente aí.

1) The Drowned Giant (O Gigante Afogado) – 14 minutos – 4.8

Nesse episódio, com um ritmo diferente de todos os demais dessa temporada, um cadáver nu e gigante aparece misteriosamente em uma praia. Um cientista fica obcecado e documenta a decomposição do corpo, acompanhando todo o processo de descoberta, enfrentamento e superação desse marco na cidade.

Esse é um dos episódios mais profundos que vai suscitar o telespectador a questões existenciais humanas e à fragilidade da vida. É um episódio “narrativo”, calmo e que provoca reflexões e por isso é o que mais pode dividir opiniões: todos os demais episódios tem cenas de ação, suspense e humor mas esse aqui é diferente: é denso e contemplativo.

É inspirada em uma história de J.G. Ballard e tem direção e roteiro de Tim Miller (idealizador da série). Foi produzido pelo Blur Studio.

Esse estúdio foi responsável por três episódios da temporada passada: Shape Shifters (Metamorfos), Suits (Proteção contra alienígenas) e o maravilhoso SONNIE’S EDGE (A vantagem de Sonnie).

2) Pop Squad (Esquadrão de Extermínio) – 18 minutos. Nota: 4.8

“A superpopulação causada por uma imortalidade biológica faz a procriação ser proibida e todas as crianças executadas. Após sua última execução, um policial se surpreende com um segredo de sua esposa”.

Esse vai ser o favorito de muita gente por conta das referências à Blade Runner e do visual “detetive dos anos 50”. O roteiro é de Philip Gelatt (baseado em história de Paolo Bacigalupi), direção de Jennifer Yuh Nelson e produzido por Blur Studio.

3) All Through the House (Pela Casa) – 7 minutos. Nota: 4.8

Nesse episódio, duas crianças ansiosas com a véspera de Natal são atraídas por um barulho no primeiro andar da casa e vão até lá conferir, na esperança de verem de verdade o Papai Noel.

Esse foi um dos episódios que mais curti por trabalhar com o “inesperado”, ter easter eggs divertidos e ser, ao mesmo tempo, engraçado, ao contrário de outros dessa temporada em que logo no início já dava para ter uma noção de como tudo ia terminar.

4) Snow in the Desert (Snow no deserto) – 18 minutos. Nota: 4.8

Snow é um homem albino conhecido pelas habilidades regenerativas de seu corpo e por conta disso é massivamente procurado por caçadores e mercenários. A história segue um ritmo interessante que mal sentimos passar: dezoito minutos parece pouco para nos contextualizar sobre o universo maravilhoso que nos é apresentado ali.

O episódio tem direção de Leon Berelle, Dominique Boidin, Remi Kozyra, Maxime Luere e roteiro de Philip Gelatt (baseado em história de Neal Asher). Foi produzido pelo Unit Image.

O roteirista Gelatt assinou o roteiro de dois episódios da temporada anterior: Sucker of Souls (Sugador de Almas) e Shape Shifters (Metamorfos). O estúdio produziu Beyond the Aquila Rift (Para além da fenda de Áquila).

5) Ice (Gelo) – 13 minutos. Nota: 4.6

No único episódio que ousou de verdade em termos de arte, dois irmãos se mudam com a família para um planeta no qual a maioria dos habitantes têm habilidades super-humanas (na verdade, são artificialmente modificados). Um dos irmãos já é modificado e ele tenta se conectar com o irmão mais velho, que vive isolado. O irmão mais velho tenta ganhar o respeito do caçula e de seus amigos e topa uma aventura quase que suicida.

Com direção de Robert Valley e roteiro de Philip Gelatt (baseado em história de Rich Larson), o estúdio Passion Animation Studios assina a produção.

6) Automated Customer Service (Atendimento automático ao cliente) – 13 minutos. Nota: 4.2.

Aqui um robô zelador da casa de uma idosa se torna cada vez mais agressivo e desobediente e ao precisar da ajuda de um SAC, faz um paralelo com o quanto esse tipo de serviço costuma ser ineficiente (principalmente nas horas que mais precisamos deles).

Foi, para mim, o episódio mais fraco e menos ousado (apesar de ter achado a arte bem divertida na sua composição de personalidade dos personagens). Não é um episódio ruim: é engraçado mas igualmente previsível e esperei, a todo momento, que a história pegasse um rumo diferente. Infelizmente, acaba indo pro que era esperado mesmo.

Esse episódio tem direção de Meat Dept ((Kevin Dan Ver Meiren, David Nicolas, Laurent Nicolas), roteiro de John Scalzi, Meat Dept (baseado em história de John Scalzi) e foi produzido pelo Atoll Studio.

7) The Tall Grass (A grama alta) – 11 minutos. Nota: 3.1.

Quando seu trem para em um campo de grama alta, um passageiro decide deixar o veículo para fumar e algo no meio do milharal o faz parar para investigar estranhos sons e luzes.

Esse também é um dos fracos por ser igualmente previsível. Pegando vários elementos de filmes com extraterrestres e temperando com um pouco de suspense, nem a arte incrível desse episódio faz ele menos tedioso.

Tem direção de Simon Otto, roteiro de Philip Gelatt (baseado em história de Joe Lansdale) e foi produzido pelo Axis Animation.

8) Life Hutch (Gaiola de Sobrevivência) – 14 minutos. Nota: 3,0

Uma nave espacial pilotada por Michael B. Jordan realiza um pouso de emergência em um planeta desconhecido e começa a ser atacada por um robô descontrolado. Nem mesmo a impecabilidade do trabalho visual salva o roteiro fraco aqui: tudo se parece com filmes de ficção científica que já vimos antes, até mesmo o sentimento de suspense.

O episódio te cativa pelo suspense mas, principalmente, por te fazer passar 14 minutos questionando se aquele ali é mesmo o Michael B. Jordan ou é um CGI. Não é um episódio ruim mas também não ousa muito em termos de narrativa e, não, aquele não é o Michael B. Jordan de verdade.

A direção é de Alex Beaty, roteiro de Philip Gelatt (baseado em história de Harlan Ellison, famoso escritor de ficção científica) e produção pelo Blur Studio.

Espero que esse roteiro te ajude a acompanhar os episódios e conhecer melhor os nomes por trás dessas produções. A temporada foi, de fato, menos ousada mas não dá para dizer que foi ruim: surpreendeu menos mas trouxe alguns episódios marcantes.

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