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Foto do escritorDaniel Miranda

Lúcifer: um meio final ainda é melhor que nada [spoilers]

Os fãs de Lucifer sabem que a série foi cancelada pela antiga produtora Fox/Warner e, após o apelo do público, foi adquirida em 2018 pela Netflix que produziu a quarta e a quinta temporadas.

Pra quem acompanha, a série começa bem morna e vai tomando forma no decorrer da segunda temporada em um formato que agradou bem os fãs: Lucifer mais caricato e desajustado, Amenadiel desistindo da caçada, Linda usando a sua profissão para ser o único personagem sensato na série inteira e por aí vai. Isso não quer dizer que a série não tenha lá seus vários defeitos e esteja longe de ser um grande marco de produção, não conseguindo ir muito além do padrão série investigativa + sobrenatural. Lucifer se propõe em ser maluca e divertida e nada mais e é a atuação marcante de Tom Ellis que dá um toque especial.

A quinta temporada – e última – foi dividida em duas partes. A segunda parte chegou em 28/05/2021 com oito episódios.

Se você não se lembra do que estava acontecendo: Lúcifer ia (ou ao menos parecia tentar) se declarar para Chloe, Linda foi na delegacia e levou o bebê Charlie e Maze havia combinado ajudar Miguel em troca de receber, dele, uma alma. Os três anjos se encontram na delegacia, discutem e surge uma figura iluminada a qual todos chamam de “pai”.

Quem dá a vida a Deus é Dennis Haysbert (24 horas) com sua voz marcante e semblante misterioso. O cuidado em escolher Haysbert para o papel e nos mostrar (a nada sutil) ligação que torna o Amenadiel vivido por D. B. Woodside mais próximo de Deus tem seu mérito.

É interessante como torcemos tanto por Lucifer e Chloe e agora já estamos saturados com esse casal. Só queremos que as cenas com os dois terminem logo, já que enrolaram tanto para se resolverem pelo “sim” ou pelo “não”.

Os longos episódios dessa temporada nos permite despedir dos personagens principais, ou de forma brusca ou mais tênue. Todos terão um final de uma forma ou de outra e é precisamente isso que esperamos de uma temporada final.

Personagens como Maze ou Ella ficaram totalmente soltas na temporada. Existem momentos em que Amenadiel parece estar apenas preenchendo um vazio. Quando fui me incomodando com esses “problemas”, parei para pensar se isso sempre esteve ali e fui eu que não percebi – e olha só, já estavam assim faz tempo.

Ficamos tanto tempo acompanhando as investigações rasas e que não custava temperar esses episódios com algo novo para dar um gás final. Isso realmente ocorre: tem mais episódios musicais, mais episódios caricatos e mais insanidades por parte da família celestial.

Deus quer se aposentar e os anjos – seres celestiais tão egoístas e mesquinhos – estão discutindo quem sucederá o trono quando o único que tinha chances de ocupá-lo, desiste. Lúcifer acha que é uma boa ideia se candidatar à vaga e com isso trava uma grande batalha com seu irmão “gêmeo” (??), Miguel. é basicamente nisso que a temporada se concentra para justificar o arco de redenção do anjo caído.

O melhor, para mim, foi o último episódio. A série nunca foi por uma direção essencialmente mística – e sim, o místico que se misturava ao mundo dos homens – mas trazer mais misticismo para a última temporada foi uma decisão acertada.

O bom é que a série teve a oportunidade de ser encerrada, de trazer um fim e ao mesmo tempo acalmar a legião de fãs que conquistou pelo mundo. Se o final é bom, aí depende de como iremos considerar o andamento da série desde o início e por isso eu entendo que foi … satisfatório.

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