top of page
Foto do escritorDaniel Miranda

Enemy (O homem duplicado) – 2013

Eu acabei de terminar de assistir ao filme, e ainda estou tentando decidir se gostei ou não. E muito menos entendi qual era a das aranhas. Quem entendeu, me conta por favor.

Sobre o roteiro: O longa (nem tão longo assim, pros padrões de Hollywood, uma hora e meia apenas) é baseado no livro “O homem duplicado”, de José Saramago. Eu ainda não li o livro, que está na minha lista de leitura, porque ninguém gosta de assistir o que já leu. É sempre decepcionante. Mas dá sim pra perceber que muitos elementos desse português icônico estão presentes. Um professor universitário descobre que existe um ator, um figurante, que é idêntico a ele, e fica obcecado por encontrá-lo, atualizando nossas definições de stalker. E… Paro por aqui pra evitar spoilers.

Não li o livro, e não sei de quem é a culpa, se do Saramago ou do roteirista. Após ler quatro livros dele, admito ambas possibilidades, ou as duas simultaneamente. Mas… o roteiro não é muito bom. A premissa é, o desenvolvimento não. Ao mostrar a vida monótona que os personagens levam, vejo mais preguiça do que melancolia. Dava pra ter rendido mais personalidade e profundidade a história, creio eu. Existem também alguns furos de roteiro pouco verossímeis. Não dá pra falar muito sem dar spoiler, mas é pouco crível que eles fossem confundidos como são no filme por pessoas tão próximas apenas por serem fisicamente iguais. Já vimos doppelgangers na ficção antes, e sabemos que não é exatamente difícil perceber que tem algo errado aqui. Não gostei do desfecho do filme também, que parece realmente nada crível. E nem comento a aranha.

O que este filme tem de especial? O bom elenco, limitado a quatro atores além dos figurantes, não tem nenhuma oportunidade de brilhar. Mélanie Laurent merece um pouco mais de menção honrosa por suas últimas cenas, mas nada realmente notável. Jake Gyllenhaal pra mim estava bem apático, não sei se cumpra do personagem ou não, e é tudo.  a ser dito sobre as atuações. A pegada de filme estrangeiro também está bem presente. Apesar de ser canadense, soa muito mais europeu do que americano. Para o bem ou para o mal. A fotografia é interessante, muitas cenas escuras, poucas luzes em muitas cenas, muito tungstênio, paisagens interessantes, bonitas tomadas de Toronto, e o filme consegue criar uma atmosfera pesada de suspense. De fato, muito mais suspense do que parece justificado. Tipo, são dois caras fisicamente idênticos, mas isso não deveria parecer algo realmente bizarro e coisa de outro mundo, ou algo tão absurdo quanto os dois fazem parecer ser. Gostei das falas do professor no começo do filme, durante as aulas. Gostei de como a trilha sonora funciona bem. Gostaria que o filme fosse mais do que é.

Quando e com quem assistir a este filme? O filme parece ser mais ambicioso do que é. É lento e arrastado, e mesmo seu clímax não é lá grande coisa. Então não é uma pedida interessante pra quem gosta de ação e exige isso de todo filme. Tem muito mais cenas de nudez e sexo do que estamos acostumados, e nesse sentido é um filme muito mais europeu mesmo. Leve isso em consideração quando escolher sua companhia. É um filme rápido, que até parece ter sido mais longo do que é, e pode te deixar pensando por algum tempo em algumas coisas sobre ele, como eu estou neste momento. Um filme que se pretende inteligente e reflexivo. Não sei se é, mas definitivamente não é um filme bobinho. Gostaria de discutir sobre o filme com outras pessoas pra ver se mudo algumas impressões.

Ficha técnica:

Elenco: Jake Gyllenhaal – Adam Bell / Anthony St. Claire

Mélanie Laurent – Mary

Sarah Gadon – Elen Bell

Isabella Rossellini – Mãe de Adam

Direção: Denis Villeneuve

Produção: M.A. Faura / Niv Fichman

Roteiro: Javier Gullón (baseado no livro de José Saramago)

Trilha sonora: Danny Bensi / Saunder Jurriaans

2013 – Canadá/Espanha – 90 minutos – Drama

1 visualização0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comentarios


bottom of page