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Foto do escritorYzza

E o Oscar de Melhor Figurino vai para…

No próximo domingo, dia 27 de março, acontecerá a cerimônia do Oscar e uma das categorias mais aguardadas -pelo menos por mim- é a de melhor figurino. Como todos já sabem, o Oscar é considerado a maior premiação cinematográfica do mundo, embora muitas pessoas questionem o fato de concentrar produções Estadunidenses/Européias e segregar outras nacionalidades, mas esse não é o assunto de hoje. 

A caracterização, que envolve figurino, maquiagem e cabelo, é um dos aspectos mais importantes em um filme, pois ajuda na identificação das personagens e o reconhecimento de suas características, físicas e psicológicas, e auxilia até mesmo a localizar a trama no tempo e no espaço. No entanto, a categoria de Melhor Figurino só foi introduzida na premiação em 1948, já na sua 21ª edição, e a de Melhor Maquiagem e Penteados é ainda mais nova, tendo sido criada em 1982, quando ainda era só Melhor Maquiagem. 

A categoria de Melhor Figurino, em seus primeiros anos, era dividida em duas subcategorias, sendo elas “Melhor Figurino em Preto e Branco” e “Melhor Figurino Colorido”, a partir de 1966 essa divisão foi abolida. Com isso, por volta de 100 filmes já foram premiados, entre eles alguns que consideramos geek, por exemplo: Star Wars (1977); O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2003); Mad Max: Estrada da Fúria (2015); Animais Fantásticos e Onde Habitam (2016); e Pantera Negra (2018), entre tantos outros indicados. 

No Oscar 2022, que premia as produções de 2021, são cinco concorrentes ao Melhor Figurino. São eles:

Cruella A figurinista Jenny Beavan já foi indicada 10 vezes ao prêmio e levou duas estatuetas para casa, em Uma Janela Para o Amor (1985) e Mad Max: Estrada da Fúria (2015).  Cruella segue a nova linha da Disney de contar a história das vilãs por um outro ponto de vista e fez bastante sucesso entre a crítica e o público, tendo o figurino bastante comentado nas redes sociais. O figurino é contemporâneo e a protagonista tem uma pegada conceitual e artística inspirada no Movimento Punk dos anos 70, em uma releitura impactante da personagem.

Duna

Criado por Jacqueline West (quarta indicação ao Oscar) e Bob Morgan, o figurino de Duna causou um certo impacto nos fãs a primeira vista, tanto pela comparação com o filme de 1984, quanto por se assemelhar um pouco ao figurino da mais recente trilogia de Star Wars. O figurino realmente segue a linha de pensamento usada em Star Wars ao abandonar a ideia de futurismo e adotar inspirações históricas, como uma silhueta medieval, mas consegue ser bastante original, autêntico e, principalmente, funcional. Infelizmente, filmes de Ficção Científica não são muito agradáveis a Academia, mas quem sabe Duna consiga quebrar essa barreira?!

Amor, Sublime Amor

O musical é uma refilmagem do clássico homônimo de 1961, com figurino de Paul Tazewell, trazido da Broadway, em sua primeira indicação ao prêmio. O filme conta a história de amor proibido entre uma porto-riquenha e um estadunidense em Nova Iorque, nos anos 1950. O figurino se divide entre o grupo de imigrantes latino-americanos, usando cores vivas e brilhantes, e uma silhueta mais ampla, com uso de babados e rendas; e o grupo nova-iorquino vestindo tons mais frios e sóbrios, e uma silhueta mais ajustada. Apesar do cliché, a caracterização foi bem aplicada e as peças escolhidas são muito bonitas.

Cyrano

Mais um musical e mais uma obra de época indicada a categoria Melhor Figurino, Cyrano tem como figurinistas o italiano Massimo Cantini e a britânica Jacqueline Durran, cada um em sua segunda indicação ao prêmio. Mesmo conscientes que a história original de Cyrano de Bergerac se passa no século XVII, a produção do filme escolheu como inspiração para o figurino as aquarelas do século XVIII, a fim de deixar a atmosfera do filme mais fluida, suave e menos rígida. Por ter um militar como protagonista, muito do figurino tem essa silhueta como referência, aplicada de forma impecável. Apesar da imprecisão histórica, é um figurino belíssimo, com muita chance de levar a estatueta, ao meu ver.


O Beco do Pesadelo

O designer Luís Sequeira foi o responsável pelos figurinos de O Beco do Pesadelo, em seu segundo trabalho com o diretor Guillermo del Toro (o primeiro foi em A Forma da Água, indicado em 2017). Ambientado em Nova Iorque no período da Segunda Guerra Mundial, o filme mostra como artistas circenses usam seus truques para impressionar a elite. Para representar os dois universos, artistas e a alta sociedade nova-iorquina, Luís quis apresentar dois extremos de cores e texturas; para o primeiro grupo cores e formas carnavalescas, mas envelhecidas, como que se usadas cotidianamente, enquanto o segundo grupo usa roupas novas, mas chatas e monocromáticas. 

E aí, quem será que leva esse ano? Meu lado geek e fã de ficção científica torce para Duna, meu lado designer de moda torce para Cruella, meu lado fã de Guillermo del Toro torce para O Beco do Pesadelo e, no fim, eu reconheço que são todos grandes figurinos e qualquer um que levar será justíssimo.

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