O filme Oppenheimer, do diretor Christopher Nolan, é um drama histórico baseado no livro biográfico Prometeu Americano: O Triunfo e a Tragédia de J. Robert Oppenheimer, de Kai Bird e Martin J. Sherwin, e conta a história do físico estadunidense de origem judaico-alemã Julius Robert Oppenheimer e seu envolvimento no Projeto Manhattan.
O longa de mais de 3h de duração estreia nesse dia 20 nos cinemas de todo o Brasil.
Now I am become Death, the destroyer of worlds J. Robert Oppenheimer
Durante uma espécie de entrevista para renovar sua carteira de segurança, J. Robert Oppenheimer (Cillian Murphy) conta os acontecimentos que o levaram a direção do Projeto Manhattan e a produção da bomba atômica, outros envolvidos no Projeto também dão seus relatos. Assim, cenas de “presente” e passado são alternadas de acordo com a condução da entrevista, de maneira não linear. Paralelamente, o filme alterna cenas em que ocorre a entrevista de Lewis Strauss (Robert Downey Jr.) para Secretário do Comércio.
As cenas da entrevista de Strauss são em preto & branco, como que para diferenciar as cenas de Oppenheimer, mas a estratégia acaba gerando uma certa confusão sobre a cronologia das cenas, ou seja, qual acontecimento ocorre antes ou depois do outro.
Robert Oppenheimer era um químico estadunidense que vai para a Europa para estudar Física Quântica e é responsável por trazer a nova linha de estudo para a América. Durante a segunda guerra mundial, Oppenheimer é convidado pelo governo dos Estados Unidos para conduzir as pesquisas nucleares que possibilitariam a construção de uma bomba para ser usada, inicialmente, contra o exército de Hitler. Após a morte do Fürer e a rendição do exército Alemão, o então presidente dos EUA ordena que as bombas sejam lançadas sobre o Japão, nas cidades de Hiroshima e Nagazaki, aliado da Alemanha na guerra.
Apesar de não ter um caráter documental, o filme tem um bom embasamento histórico e científico, no entanto, se alonga demais em cenas pouco importantes, enquanto aspectos que acredito serem mais relevantes são pouco explorados. Um exemplo é que, na vida real, Oppenheimer se sentiu culpado ao ver o resultado de sua pesquisa ser usado contra civis e acabou sendo importante defensor da regulamentação do uso de armas nucleares, sendo considerado traidor dos EUA por isso, já no filme esse fato passa meio que despercebido, sugerindo que o problema do físico era sua ligação com membros do partido comunista.
Uma curiosidade é que o diretor não quis usar CGI para o efeito da explosão, sendo um efeito prático produzido por Andrew Jackson. Como é um filme que relata um momento histórico de grande conhecimento, não tem muitas novidades ou plot twists, acredito que seja o motivo das cenas intercaladas, para gerar um interesse maior em como tudo se encaixaria no final.
Nota: 6/10
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