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Crítica | O Exorcista – O Devoto (com spoilers)

Com estreia prevista para o próximo dia 12 de outubro, O Exorcista – O Devoto é um filme terror dirigido por David Gordon Green, considerado uma continuação direta do filme O Exorcista (1973). O elenco conta com Ellen Burstyn, repetindo o seu papel como Chris MacNeil, e Linda Blair como Regan.

O longa se inicia com o casal Sorenne (Tracey Graves) e Victor Fielding (Leslie Odom Jr.), em Porto Príncipe, no Haiti. A esposa grávida é levada por crianças locais até uma mulher, que faz um ritual de proteção para o bebê do casal. Durante a estadia na cidade, há um terremoto que atinge o hotel onde Sorenne está sozinha e ela acaba se ferindo gravemente. No hospital, Victor tem que decidir entre a vida da esposa ou da filha.

Treze anos depois, Victor vive com a filha Angela (Lidya Jewett) na Geórgia, EUA, quando a garota e uma amiga da escola, Katherine (Olivia O’Neill) se perdem na floresta ao tentar fazer um ritual para contactar o espírito de Sorenne. Depois de três dias perdidas, as meninas voltam apresentando comportamentos estranhos.

Em um paralelo com o filme de 73, onde a mãe solteira Chris MacNeil busca desesperadamente uma forma de ajudar sua filha, nessa sequência é o pai viúvo quem vive os momentos de pânico ao ver a filha sob possessão demoníaca. Porém, dessa vez ele não está só, uma vez que Katherine também é possuída e seus pais dividem com Victor a busca por uma solução. Enquanto Chris tinha empregados trabalhando na casa, Victor tem a ajuda dos vizinhos.

O filme parece ter boas intenções e tentar combater o racismo e a intolerância religiosa, mas de forma superficial e pouco eficaz. No momento do exorcismo, são chamadas diversas representações religiosas, como um padre católico, um pastor evangélico e uma praticante de religião Africana não muito bem definida, além de uma enfermeira – que não por acaso já frequentou um convento de freiras – e a então especialista em exorcismo, Chris MacNeil. Apesar da aparente tentativa de propor uma liberdade de crença, assim como outros filmes com a mesma temática condena a não-crença e o ceticismo.

O longa ainda parece querer superar seu antecessor- spoiler: sem sucesso – dando o que chamamos de “um passo maior que a perna”. No original, cada etapa do roteiro é bem construída, levando o espectador a se conectar com a história e com as personagens, enquanto em O Devoto, as etapas “se atropelam”, fazendo com que tenhamos pouca ou quase nenhuma conexão com as personagens. Apesar disso, somos capazes de sentir empatia e compreender o desejo de Angela de se conectar com a mãe.

Nem a presença das atrizes que interpretaram as protagonistas do original, Chris (Ellen Burstyn) e Regan (Linda Blair), é capaz de gerar a comoção esperada, funcionando mais como um “fanservice” do que efetivamente servindo ao roteiro. Já a caracterização e os efeitos visuais merecem menção, por serem os únicos setores que conseguem se igualar ou mesmo superar a qualidade do filme da década de 70.

No mais, é importante ressaltar que não é filme de todo ruim, mas como sequência de um clássico do terror do tamanho de O Exorcista, deixa muito a desejar. Nota 06/10

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