Em 2008 chegava aos cinemas o projeto produzido por J.J Abrams e sua empresa BadRobot, Cloverfield (Cloverfield – Monstro), o filme que daria inicio ao universo compartilhado de tramas sci-fi e horror seguido por e 10 Cloverfield Lane (Rua Cloverfield,10 -2016).
Dez anos depois do primeiro longa chega a terceira parte deste universo, The Cloverfield Paradox (Paradoxo Cloverfield), lançado exclusivamente pela Netflix. O projeto antes chamado de GodParticle, feito por OrenUziel que trazia o argumento original da trama da equipe na estação espacial, mas que era desconectado da franquia Cloverfieldseria um projeto independente e de baixo orçamento da Paramount, que distribuiu os outros dois anteriores, mas acabou sendo passado para BadRobot que decidiram adaptar a trama para fazer parte do ‘CloverfieldUniverse’ e, em seguida, vendida para Netflix ser a responsável pela exibição dos filmes deixando-osfora das salas de cinema.
A trama se inicia nos situando que o planeta está crise, Com alguns recursos escassos (combustível e energia) e, a partir daí, avança um pouco no tempo mostrando uma estação espacial tripulada com os maiores cientistas de alguns países escolhidos para trabalharem no acelerador de partículas com intuito de gerar energia ilimitada para o planeta. Cada cientista tem sua especialidade e nos são mostrados tanto dramas pessoais quanto conflitos nas relações entre os personagens. O visual da estação espacial e os efeitos são muito majestosos em se tratando de ficção cientifica e até aí tudo bem, até que damos início aos conflitos da trama.
A tripulação está na estação espacial a pouco mais de dois anos e não se importaram de Acrescentar mudanças comportamentais nos personagens nem demonstrar como aquele confinamento poderia afetar psicologicamente cada personagem. As relações pessoais não têm peso para trama e outros personagens não ganham nenhum destaque de grande importância.
Quando fazem o acelerador de partículas funcionar e algo que justifica-se o real motivo de todos os problemas dos filmes anteriores e de modo inteligente amplia o universo com paradoxos temporais. Os que deveriam ajudar acabam usando maiores problemas, o que é explicado de forma simples para o espectador em uma breve cena que mostra uma jornalista conversando com um cientista dizendo que ao utilizar o acelerador de partículas a raça humana estaria comprometida com vários outros fatores de forças incompreensíveis.
O erro causado pelos tripulantes desencadeia uma série de eventos bizarros, dentro e fora da estação. Algumas cenas são impactantes e bem creepy, mas outras vão para um absurdo extremo parecendo sair de uma cena da Família Adams. Vale lembrar que uma das tripulantes tem uma relação com um personagem que ficou no planeta, ambos tem um contexto triste de perdas, mas que no final das contas não segue com o rumo da historia. O personagem na Terra aparece três vezes, uma conversando com a personagem na estação espacial, outra salvando uma criança em meio aos destroços de algo(Monstro) que está atacando a cidade e ao final do filme sem grande desenvolvimento para que se possa ter uma continuidade a partir dali.
Voltando a estação espacial, o efeito causado pelo paradoxo do acelerador de partículas vai causando a morte de alguns personagens, direta e indiretamente até chegar ao seu fim sobrando apenas dois personagens e um deles um dos maiores físicos do planeta (não tão bom assim) que descobre como resolver aquela situação e retornar para o planeta. E ao retornarem descobrimos que o que fizeram lá em cima afetou todos os universos e linhas temporais, explicações de física se encaixam aqui, mas não vem acaso, pois nem mesmo o maior físico da tripulação conseguiu prever isso. Cloverfield Paradox termina deixando o espectador entendendo os reais motivos da existência do monstro em Nova York e o que aconteceu com a superfície em 10 Cloverfield Lane, o que faz ser muito interessante esse universo de conexões da saga.
Os pontos positivos se mantêm na explicação de paradoxos e linhas temporais afetando umas as outras como um todo,a obra peca e se torna a mais fraca da saga até agora.
O elenco é excelente, porém os dramas e relações dos personagens não causam peso, são descartáveis e os problemas apresentados e esquecíveis. Cientistas que parecem terem saído do universo de Prometheus e AlienCovenant de Ridley Scott, nos fazendo pensar se realmente são as pessoas mais capacitadas para salvar a humanidade.
Cloverfield é uma boa saga/obra sci-fi e continua expandindo, torcemos para que o quarto filme da franquia, previsto para o final do ano, seja tão bom quanto os dois primeiros filmes e que venham mais monstros.
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