top of page
Foto do escritorDaniel Miranda

Coletivo Terror: a nova série antológica da Netflix

Na primeira sexta-feira 13 do ano, nossa querida Netflix lançou a série antológica norueguesa Coletivo Terror (Bloodride), criada por Kjetil Indregard, Atle Knudsen. A série composta por 6 episódios narra a viagem de ônibus de misteriosos personagens. Em cada capítulo, a história de um personagem e/ou grupo é revelada, evidenciando assim o motivo que os levaram a estar naquele estranho coletivo.

Bloodride foi lançada dia 13-03, conta com 6 episódios de 25 minutos cada (aproximadamente).


O que esperar de Coletivo Terror?

A série me fez lembrar com carinho de Contos da Cripta e Night Visions: produções igualmente antológicas de terror que exibiam aquela história de gênero corriqueira, uns com clichês de horror, outros com situações mais inusitadas e finais inesperados. Em Coletivo Terror, (semelhante aos seus antecessores) você encontra uma salada mista sangrenta com um pouco de tudo: serial killers, altar de sacrifícios, crianças amaldiçoadas, psicopatas; alguns episódios fantásticos e outros bem inferiores.

Contos da Cripta foi lançada em 1989 e teve 93 episódios. O programa foi baseada na HQ homônima lançada pela EC Comics.


O roteiro não pretende ir longe ou fazer algo extremamente inovador, é um arroz com feijão divertido, mas com tempero e sabor. Não promete muita coisa, mas entrega o que está previsto. O grande trunfo foi saber carregar as tramas de forma evoluída, dividindo corretamente os 3 atos e sabendo exatamente conduzir o expectador durante o percurso. Você é levado pelas tramas e sente que está acompanhando tudo de forma correta e coesa. Enquanto isso, pistas são colocadas para que acompanhemos a narração e tiremos conclusões enquanto tudo se desenrola, muitas vezes situações extremamente óbvias que nos levam e nos [enganam] por um caminho, quando na verdade está apenas nos distraindo das reais intenções da obra e do que realmente está por vir. No resultado temos reviravoltas surpreendentes e finais inesperados que nos satisfazem.

Não espere por terror gráfico, sangue ou gore. Tirando umas três cenas mais explícitas (uma delas inclusive fazendo referências ao cinema trash, com pitadas de humor negro), os episódios se focam nas histórias de forma simples e suave, sem jumping scares ou alegorias bizarras. As tramas são o ponto principal e os personagens desenvolvidos ao longo da história de forma bem categórica: mesmo com apenas 25 minutos para cada episódio, o roteiro consegue nos apresentar com profundidade os personagens principais para que consigamos ter aquela boa empatia durante a sequência dos atos. E esse mesmo desenrolar às vezes se apresenta como o tendão de aquiles da série, pois tanta atenção aos principais acaba não deixando espaço para a evolução dos personagens secundários, um problema que não incomoda muito graças ao tempo curto que cada episódio apresenta.

episódios curtos, com foco nos personagens principais e uma pitada de humor negro


Considerando que as tramas dos seis episódios são em sua maioria dedicadas mais ao suspense do que ao terror macabro ou extremo, os efeitos digitais quase não existem, mas quando aparecem são um pouco decepcionantes e superficiais. Já os efeitos práticos funcionam bem e ajudam a elucidar a atmosfera dos episódios.

O motorista do Coletivo

Em Contos da Cripta e Night Visions, tínhamos “apresentadores” para cada episódio a ser lançado, uma forte caraterística das séries antológicas de terror do passado. Em Coletivo Terror a alegoria é diferente: temos um [condutor] que está levando almas condenadas para uma viagem provavelmente sem volta. Cada novo episódio se inicia com o ônibus em movimento enquanto a câmera vai mostrando os passageiros um a um; ao sinal do botão vermelho que ascende no painel do estranho motorista, cada personagem aparece em evidência no momento em que sua história entrará em cena.

Coletivo do Terror não é nenhum filme inovador que pretende quebrar barreiras ou ousar; mas nem por isso deve ser desprezado pelo o que promete: é uma distração interessante, leve e que vale o momento. Os episódios curtos são fáceis de assistir e em pouco tempo você termina a primeira temporada. Um terror clássico, que faz boas referências as séries do gênero antigas.

0 visualização0 comentário

Comments


bottom of page