Talvez você possa achar que esses filmes são a mesma coisa, pela apresentação que eles tem: ambos se colocam como filmes que trabalham espionagem, anos 80/90, Rússia, KGB, Guerra Fria, serviço de inteligência, ação e protagonistas muito bonitas. Porém, a melhor definição seria dizer que são histórias em que as únicas coisas em comum são isso mesmo. Melhor do que assistir um ou outro é assistir os dois e ser presenteado com dois baitas filmes de ação protagonizado por atrizes que descem o cacete em quase todo o elenco.
Seguindo a ordem cronológica de lançamento, ATÔMICA (ou Atomic Blondie) foi lançado em 2017, sob a direção de David Leitch (Deadpool 2 e 3, John Wick). Atualmente está disponível na Netflix.
Sinopse: Lorraine Broughton (Charlize Theron), uma agente disfarçada do MI6, é enviada para Berlim durante a Guerra Fria para investigar o assassinato de um oficial e recuperar uma lista perdida de agentes duplos. Ao lado de David Percival (James McAvoy), chefe da localidade, a assassina brutal usará todas as suas habilidades nesse confronto de espiões.
Inspirado na HQ “Atômica: A Cidade Mais Fria”, a versão cinematográfica foca mais em ação do que em mind games e uma abordagem sutil da espionagem. A história acontece no mesmo período histórico da HQ, Guerra Fria, as duas Berlins e a queda do muro.
Lorraine, a protagonista, é fria e calculista, direta e focada: ela tem um problema, vai lá e resolve, sem rodeios. Os hematomas mostrados em quase todo o filme nos revela que a mulher não se abate fácil. Não preciso nem gastar o post descrevendo o trabalho que Charlize Theron entregou nesse filme porque essa mulher dispensa elogio em qualquer trabalho que ela faz.
Não me canso de ver esse filme, parece que fica melhor com o tempo (embora não seja um filme velho) e a história vai se desenvolvendo de um jeito que a cada parte, uma nova camada da história é retirada e somos apresentados a uma nova perspectiva de tudo o que foi mostrado até então.
ANNA: o perigo tem nome está disponível no AmazonPrime e, sob a direção de Luc Besson (O Quinto Elemento, O Profissional), parece ser uma releitura de NIKITA, do mesmo diretor, só que lançado em 2019.
Sinopse: Oficialmente, Anna Poliatova (Sasha Luss) é uma modelo famosa e muito requisitada pelas marcas de luxo ao redor do mundo, mas o maior segredo que esconde é que ela é uma das assassinas mais perigosas e bem treinadas da KGB. No entanto, Anna fará de tudo para se sentir liberta da repressão do governo russo.
O filme é construído em camadas, numa apologia genial à matrioska (aquela bonequinha russa que tem uma dentro da outra, dentro da outra, dentro da outr...), em que usando um recurso parecido com ATÔMICA, a história vai sendo contada, na medida em que as camadas são retiradas e uma nova versão dos mesmos acontecimentos é mostrada até que no final sobre uma última matrioskinha.
A atriz e modelo Sasha Luss manda muito bem no papel, principalmente na interação dela com o elenco: a personagem alterna entre doçura e frieza o tempo todo. Anna é uma moça gentil, que tinha um futuro brilhante mas se deixou levar para uma vida degradante, até que uma nova oportunidade surge … que oportunidade? Ah, melhor ver o filme. A sinopse e o trailer já entregam informações importantes na trama, mas assim como em ATÔMICA, acontecem vários plots até o final do filme.
É o segundo papel de Sasha nos cinemas (o primeiro foi uma participação em Valerian, também de Luc Besson), então comparar o trabalho dela com o da Charlize não tem o menor cabimento. Ainda assim, Anna tem um ótimo ritmo, a história se desenvolve bem e o final é surpreendente.
Pra complementar a lista de filmes de espiãs russas fodonas, tem mais um que foi lançado recentemente, o Operação Red Sparrow, com Jenifer Lawrence e nossa crítica aqui, além de Salt com a Angelina Jolie, de 2010 (mas esse é mais velhinho e não tem resenha no site).
E aí, se ainda não foi conferir nenhum desses filmes, corre! Vão ser horas bem gastas assistindo os dois!
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