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Adão negro: um acerto da DC?

Fomos assistir ao filme em primeira mão e aqui está a nossa crítica SEM spoilers.

Adão Negro conta a história de Teth-Adam que, na Antiguidade da fictícia cidade de Kahndaq, era um escravo de um rei que sonhava em se tornar um Deus. Depois de cinco mil anos, uma caçadora de tesouros acaba lendo as inscrições dentro das ruínas de uma montanha e sem saber, desperta Adão Negro.


O filme tem uma narração dramática e objetiva, influência trazida pelo cineasta Jaume Collet Serra. Assim, ao mesmo tempo que sai do centro para trazer histórias paralelas, sempre volta para o foco que é a história de Adão Negro.

A questão maior é que Dwayne Johnson é tão carismático que boa parte do elenco acaba ficando um pouco apagada. Quando são cenas em grupo, ele rouba mesmo toda a atenção e nem é só pelo tamanho, mas pela presença que o ator tem.

Gostei bastante dos efeitos especiais do filme, apesar de uma ressalva ou outra. Não é possível que alguém veja defeitos nos efeitos da Cyclone e do Doutor Destino.

Algumas cenas das asas do Gavião Negro deixa um pouco a desejar e o Esmaga-átomo acabou virando uma cópia “barata” do Deadpool (mas não é um problema do CGI aqui e sim da caracterização do personagem).

É até um milagre, se pensar que o filme tem o orçamento de US$ 180 milhões. Vingadores (2012) custou US$ 220 milhões e Capitão América: Guerra Civil, de 2016, teve US$ 260 milhões. Todos renderam excelentes bilheterias.

Imagem: divulgação

Adão Negro tem, porém, alguns erros que podem ser imperdoáveis para fãs da DC. O filme introduz a Sociedade da Justiça, mas relega o grupo a um papel totalmente secundário, sem background e desenvolvimento. Todos se reúnem após um chamado da Waller para combater um mal que surgiu em algum lugar do mundo.

É isso. Nada mais é colocado sobre a motivação daquelas pessoas quererem lutar juntas, mas o filme não parece se importar muito com isso. É uma pena porque a Sociedade da Justiça poderia ser explorada de uma forma bem legal.

As mensagens de Adão Negro

Logo no início há uma crítica anti-imperialista sendo construída. Ela tem início nas forças armadas que controlam ostensivamente a cidade de Kahndaq, habitada, em sua maior parte, por pessoas marrons.

Depois, há um discurso bem claro de uma das personagens mostrando como a cidade precisa de um herói para combater os “homens brancos” que chegaram na cidade, exploraram todas as riquezas e escravizaram os homens.

Há também um forte ponto sobre como heróis são realmente feitos. O filme traz esse questionamento: heróis são aqueles que se autodenominam dessa forma ou são aqueles que são assim reconhecidos pelo povo?

Por fim, Isis (Sarah Shahi) consegue fazer com que dois super-heróis, Adão Negro e Gavião Negro (Aldis Hodge), se reúnam para dialogar. Acaba, com isso, colocando o diálogo com poder em contraponto à violência e tudo conduzido por uma mulher que consegue fazer com que os dois personagens se entendam.

Esse é mais um filme em que o The Rock é o The Rock?

Para ser justa, Adão Negro passa, durante boa parte do filme, um ar sombrio e vilanesco. Dwayne, que já é conhecido por seu tamanho, conseguiu ficar ainda maior pra esse filme.

Como disse, ele realmente se impõe nas cenas que está presente e o restante do elenco acaba ficando relegado ao segundo plano. Isso pode ser culpa também das atuações que, tirando Waller (Viola Davis), são bem medianas. Um personagem específico é totalmente dispensável.

Então, respondendo à pergunta: é sim mais um filme do The Rock, mas aqui o ator está mais sombrio, arrogante e com muito menos piadinhas.

Adão Negro vale a pena?

A DC tem adotado um formato de adaptações mais isoladas, sem o compromisso – ao menos claro – de construir um universo único com os personagens vividos nos cinemas.

Isso obviamente traz maior liberdade criativa pois cada roteiro e direção pode construir uma história única inspirada nos quadrinhos, sem se prender aos limites estéticos e narrativos dos filmes antecessores. 

Porém existem personagens como a Waller que acabam criando um laço com o legado da DC nos cinemas. Também, Adão Negro não foge muito da fórmula de filmes de super-herói que basicamente amarram cenas de ação, um herói injustiçado que busca saber seu papel no mundo e vínculos com mitologias e antiguidade. 

Num geral, vale a pena assistir. Eu gostei bastante do filme e acho injusto esperar dele algo a mais do que já vemos em filmes de super-heróis. 

Uma dica: não pesquise sobre o filme no Google (ao menos na parte do elenco). Tem uma cena pós-crédito muito boa que levou o cinema à loucura e ela tem a ver com um personagem específico. Então: cuidado.

Imagem: divulgação

Gravamos também um vídeo com as nossas impressões sobre o filme. Porém, enquanto sou eu escrevendo aqui este texto e deixando a minha opinião, lá temos a opinião do Alisson e Marlon que é diferente da minha. É só dar o play para conferir:



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